“Extraordinária” é um adjetivo perfeito para qualificar o que foi a vida de Francesco Forgione, o São Pio de Pietrelcina. Padre Pio, como ainda hoje é chamado por seus devotos, sempre foi muito reverenciado em vida e atraiu muita gente que queria ver de perto os dons espirituais do frade capuchinho.
Todos os relatos e tudo o que foi visto não nos deixam dúvidas de que Padre Pio teve uma vida espiritual intensa e com eventos realmente extraordinários.
Origem e início da vida espiritual de Padre Pio
Francesco Forgione nasceu em Pietrelcina, na Itália, no ano de 1887. Desde pequeno, apesar da saúde frágil e de ficar constantemente doente, demonstrava um grande amor pelas coisas de Deus.
Participava assiduamente da Missa e levava uma vida intensa de oração. Recebeu os sacramentos da Eucaristia e do Crisma aos 12 anos.
Tinha um amor imenso por Jesus e Maria. Sua espiritualidade era tão grande que permitia vê-Los com frequência e ele sempre relatava ao seu diretor espiritual sobre os encontros.
Outra bela amizade feita por São Pio foi com seu próprio anjo da guarda, que o guiava na caminhada de fé à luz dos ensinamentos do Evangelho. Padre Pio foi incansável em orientar os fiéis que o procuravam a manter uma relação amistosa com seus anjos da guarda, como forma de obter orientação e proteção.
Ingresso na vida religiosa
Aos 15 anos, inspirado por sua devoção a São Francisco de Assis e por Frei Camilo, monge capuchinho que conheceu quando ainda era criança, ingressou no noviciado da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. E foi assim que Francesco se tornou o Frei Pio.
Fez os votos solenes em 1907 e logo em seguida iniciou os estudos de filosofia. Foi ordenado sacerdote em 1910 e logo em seguida partiu para passar alguns anos com sua família, pois os seus frequentes e variados problemas de saúde exigiam que ele ficasse sob os cuidados de sua mãe.
O sacerdócio e a dedicação ao sacramento da confissão
Padre Pio chegou ao convento de São Giovanni em 1916, local onde ficaria até o fim de sua vida. De imediato, teve muita compaixão pelas pessoas que sofriam e acreditava que sua missão enquanto sacerdote era a de acolher o sofrimento das pessoas.
Preenchido pelo amor de Deus e muito ciente de que o demônio travava uma atroz guerra espiritual contra os seres humanos, Padre Pio dedicou-se com intensidade ao sacramento da confissão. Ele sabia que essa era uma maneira de aliviar o sofrimento presente no coração das pessoas e libertá-las do mal.
Chegava a passar 14 horas por dia no confessionário e tinha o dom de revelar, inspirado por Deus, os pecados graves que os fiéis não confessavam por vergonha. Muitos foram perdoados por Jesus graças aos esforços de Padre Pio. De fato, todos os que procuravam Padre Pio sentiam-se muito confortados.
Isso fez com que ele sofresse ataques severos de seres malignos, sendo tentado e até mesmo torturado fisicamente. O demônio via Padre Pio como um verdadeiro inimigo.
Os estigmas de Padre Pio
Quando foi ordenado sacerdote, Padre Pio tinha a intenção de oferecer a si próprio ao Senhor, visando a conversão dos pecadores e a purificação das almas do purgatório. Ele escreveu em suas mãos que queria ser, ao mesmo tempo, um sacerdote santo e uma vítima perfeita.
O Senhor permitiu então que Padre Pio levasse em seu corpo marcas chamadas estigmas, que eram referentes às chagas que Jesus sofreu na cruz. Os primeiros estigmas surgiram em 1918, logo após a celebração da Santa Missa, e estavam localizados em suas mãos e pés.
As marcas o acompanharam por 50 anos e ele é, até os dias de hoje, o único sacerdote a portar os estigmas em toda a história da Igreja. As marcas lhe causavam um grande sofrimento espiritual e psicológico.
As feridas sangravam constantemente, mas não causavam anemia em Padre Pio, porém as hemorragias lhe debilitaram ainda mais a saúde. Preocupado, pediu ao Senhor que os estigmas visíveis desaparecessem, mas que a dor permanecesse.
E dessa forma aconteceu por alguns anos, mas os estigmas visíveis retornaram e permaneceram por quase toda a vida, desaparecendo por completo apenas pouco tempo antes de sua morte. A notícia sobre os estigmas se espalhou por todo o mundo, tornando Padre Pio muito conhecido e atraindo a curiosidade de diversos peregrinos.
Os milagres de Padre Pio
Há vários relatos que Padre Pio conseguiu interceder por milagres ainda em vida. O primeiro relato conta sobre uma menina chamada Gemma di Giorgo, que era cega de nascença e passou a enxergar normalmente após receber uma visita de Padre Pio.
Histórias contam que ele exalava perfumes, era capaz de levitar em momentos de oração profunda, além, é claro, dos próprios estigmas. Outros relatos afirmavam que ele era capaz de estar em dois lugares ao mesmo tempo, como quando visitou um padre à beira da morte no Uruguai para realizar um desejo do sacerdote.
Há testemunhos que dizem que Padre Pio foi visto nos Estados Unidos, Milão, Roma e outros locais variados da Europa. Há quem diga que ele nunca saiu do convento em que vivia.
Morte e canonização
As enfermidades de Padre Pio o acompanharam por toda sua vida e foram agravadas pelas situações pelas quais passou. Ele morreu aos 81 anos, em 23 de setembro de 1968, em sua cela, pouco tempo após ter celebrado pela última vez a Santa Missa no convento em que vivia. Estava acompanhado por um médico e um enfermeiro, que tentavam auxiliá-lo com respiradores, e por alguns religiosos.
Os presentes contam que ele estava sentado em uma poltrona com muitas dificuldades para respirar e tinha o santo rosário em mãos. Repetia incessantemente os nomes de Jesus e Maria até perder a consciência e fechar os olhos para esta vida.
A equipe médica tentou realizar procedimentos de ressuscitação, mas não houve efeito. Padre Pio retornava aos braços do Pai, que tanto amou.
A sua fama de santidade, já muito grande em vida, intensificou-se ainda mais após a sua morte. Diversos fiéis afirmavam estar recebendo graças por sua intercessão. Dessa forma, seu processo de canonização foi aberto em 1982.
Padre Pio foi beatificado em 1999 e canonizado em 2002, com ambas cerimônias presididas por São João Paulo II. Sua festa litúrgica é celebrada em 22 de setembro.
Além de todos os exemplos de uma vida dedicada à conversão dos pecadores, São Padre Pio deixou uma bela promessa a todos os seus devotos:
“Ficarei na porta do Paraíso até o último dos meus filhos entrar!”.
Revisão: Luiza Trivelli