Para entender se a Igreja tem partido político, é necessário compreender primeiro o que é a Doutrina Social da Igreja (DSI). Em resumo, a DSI é um compilado de diversas declarações do Magistério da Igreja sobre questões sociais.
Sabendo que a Igreja não pode estar indiferente a nada, já que a salvação que o Senhor nos oferece é integral e que, assim, “abrange também este mundo” (Compêndio da Doutrina Social da Igreja – CDSI, 1), alguns papas se pronunciaram solenemente sobre as questões sociais por meio de documentos e encíclicas específicas.
Uma das mais conhecidas encíclicas que trataram a fundo do trabalho, do capital e da classe operária foi a Rerum Novarum (1891), do Papa Leão XIII. Mas há diversas outras que, juntas, formam a base da Doutrina Social, como a Diuturnum Illud, Immortale Dei, Libertas Praestantissimum e Sapientiae Christianae, que falam sobre a origem da autoridade civil, a constituição cristã dos Estados, a verdadeira e a falsa noção de liberdade e os deveres dos cidadãos cristãos para com os seus Estados, respectivamente.
Portanto, a DSI não é uma ideologia ou um programa político da Igreja, mas o resultado de pronunciamentos feitos pela Igreja na figura dos sucessores do primeiro papa, que, conduzidos pelo Espírito Santo (Mt 16, 18), analisaram a realidade da sociedade a partir da lei natural e dos ensinamentos do Evangelho (portanto, do próprio Cristo).
A Igreja tem partido político?
A política e o bem comum
De acordo com a Doutrina Social da Igreja, a política deve ser sempre orientada pelo princípio do bem comum, que é definido como “o conjunto de condições da vida social que permitem tanto aos grupos como a cada um dos seus membros atingir mais plena e facilmente a própria perfeição” (CDSI, 164).
“O bem comum não consiste na simples soma dos bens particulares de cada sujeito do corpo social. Sendo de todos e de cada um, é e permanece comum, porque indivisível e porque somente juntos é possível alcançá-lo, aumentá-lo e conservá-lo, também em vista do futuro. Assim como o agir moral do indivíduo se realiza em fazendo o bem, assim o agir social alcança a plenitude realizando o bem comum. O bem comum pode ser entendido como a dimensão social e comunitária do bem moral.” (CDSI, 164)
A Igreja não apoia nenhum partido político, mas os leigos são encorajados a se engajar na política de acordo com o princípio do bem comum e os valores do Evangelho, como uma forma de serviço. Como o Papa Francisco disse em uma Missa na Casa Santa Martano Vaticano, “a política é uma forma elevada de caridade”.
Um partido político pode corresponder a todas as exigências da fé?
Por outro lado, a Igreja também tem ciência de que “pretender que um partido ou uma corrente política correspondam completamente às exigências da fé e da vida cristã gera equívocos perigosos. O cristão não pode pretender encontrar um partido que responda plenamente às exigências éticas que nascem da fé e da pertença à Igreja” (CDSI, 573).
Ainda, o Catecismo da Igreja Católica ensina que “se acontecer de os dirigentes promulgarem leis injustas ou tomarem medidas contrárias à ordem moral, estas disposições não poderão obrigar as consciências” (1903). Que todos os leigos possam ver no exemplo de São Thomas More, que foi martirizado por se recusar a obedecer a leis contrárias à reta moral, e cuja memória a Igreja celebra no dia 22 de junho, a inspiração para servir em primeiro lugar a Deus e a seu Evangelho.
Infelizmente alguns Bispos e Padres não compreendem os ensinamentos dos Santos Padres e, cooptados desde o seminário por falsos pastores, defendem ardorosamente o PT, o PCdoB, PSOL e outros partidos comunistas, partidos estes que declaradamente defendem o aborto, a conduta homossexual, o racialismo, o feminismo e outros “ismos”. Sem falar na praga da maçonaria…
Cabe a nós, leigos, expormos sempre a infiltração na Santa Igreja.