Beatos não “apesar do casamento”, mas precisamente por causa dele. Luigi e Maria Beltrame Quattrocchi viveram um matrimônio santo e foram declarados beatos por São João Paulo II no dia 21 de outubro de 2001, antes mesmo de Zélia e Luís Martin, pais de Santa Teresinha.
Foi um acontecimento inédito em toda a história da Igreja. Um casal do século XX declarado beato, os filhos presentes na cerimônia de beatificação dos pais, dois deles sacerdotes concelebrando com João Paulo II. Tudo isso na mesma Igreja onde 100 anos atrás os pais deram-se um ao outro em matrimônio.
Para eles, a fidelidade ao evangelho e a heroicidade das virtudes foram reveladas a partir da sua existência como cônjuges e como pais.
Continue por aqui e conheça mais sobre a história desse casal.
Matrimônio santo: conheça Luigi e Maria Beltrame Quattrocchi
Luigi e Maria Beltrame Quattrocchi nasceram na Itália, em 1880 e 1884, respectivamente. Luigi era um dedicado advogado que culminou sua carreira sendo vice-advogado geral do Estado italiano. Maria era professora e escritora, apaixonada pela música.
Além de catequista, ela era comprometida com várias associações de caridade, como a Ação Católica Feminina. Os dois se conheceram em Roma e se casaram na Basílica de Santa Maria Maior no dia 25 de novembro de 1905.
A graça matrimonial que receberam os levou a santificar-se, apoiando-se um ao outro e acolhendo com alegria os frutos do seu amor: quatro filhos, a quem deram afeto, educação e, de forma especial, um testemunho de fidelidade e generosa caridade.
Matrimônio santo e vida em família
Muitas vezes o santo casal acolhia em casa refugiados da guerra e organizava grupos de “scouts” com jovens dos bairros pobres de Roma durante o pós-guerra. Sua família era uma verdadeira Igreja doméstica.
Os Beltrame realizaram essa missão plenamente como esposos e pais, e isso foi confirmado pelo chamado de Deus à vida religiosa de seus quatro filhos: Filippo (Don Tarcisio) é padre diocesano; Stefania (irmã Maria Cecilia) é freira beneditina; Cesare (padre Paolino) é monge trapista; e Enrichetta, a caçula, é leiga consagrada.
Em um relato pessoal, o Pe. Tarcísio lembra que sua vida familiar não teve nada de extraordinária, mas várias ações ordinárias, com suas debilidades. Entretanto, seguiam ensinamentos importantes, que as almas de boa vontade podem, também hoje, se dispor a imitar e a realizar.
Segundo São João Paulo II, o testemunho dos esposos Beltrame Quattrocchi foi “uma singular confirmação de que o caminho da santidade vivido juntos, como casal, é possível, maravilhoso, e extraordinariamente fecundo, fundamental para o bem da família, a Igreja e da sociedade”. (Celebração Eucarística para a beatificação de Luís e Maria Beltrame Quattrocchi, 2001)
Que a proclamação de Luigi e Maria Beltrame Quattrocchi como modelos de vida cristã ajude a impulsionar o verdadeiro sentido (cristão) do matrimônio. São Luigi e Maria Beltrame Quattrocchi, rogai por nós!